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Um novo tipo de golpe usa clonagem de chips de celular e mensagens no WhatsApp para extorquir usuários. O crime consiste em roubar o número de telefone das vítimas para acessar suas contas no mensageiro e disparar conversas falsas. Segundo a Polícia Civil, os criminosos entram em contato com amigos e familiares da pessoa para pedir o depósito de valores, compra de eletrodomésticos e até aquisição de carros — os motivos usados são diversos.
De acordo com informações da Célula de Inteligência Cibernética da Polícia Civil do Ceará, que investiga o caso, mais de 5 mil pessoas já teriam sido afetadas em todo o Brasil. Em resposta ao TechTudo, o WhatsApp recomendou a ativação da verificação em duas etapas como medida de proteção.
O crime não envolve a quebra da segurança do WhatsApp. Em vez de adotar tecnologia sofisticada, os bandidos se aproveitam de uma aparente fragilidade no mecanismo de verificação de identidade de operadoras de telefonia. Segundo a Polícia, os criminosos compram chips novos e ligam para a operadora para recuperar um número supostamente perdido junto com um celular roubado. Nesse processo, é possível que informações pessoais das vítimas, como endereço e CPF, também sejam usadas para enganar o atendimento via call center.
De posse do dispositivo ativado com o telefone, o golpista instala o WhatsApp no celular Android ou iPhone (iOS) e entra na conta do usuário. Caso o perfil não tenha proteção com PIN, o criminoso pode acessar grupos e contatos, além de usar foto e nome do dono original. A partir daí, vítimas podem ser enganadas mais facilmente.
Como se proteger do golpe
O WhatsApp recomenda a ativação da verificação de dois passos como medida de proteção. Com o recurso habilitado, uma conta só pode ser usada em um novo aparelho após a digitação de uma senha de seis dígitos configurada previamente. Sem o código secreto, um criminoso não poderá invadir sua conta no mensageiro mesmo com o chip clonado.
Segundo a Polícia Civil, também é importante duvidar de mensagens de amigos com pedido de ajuda financeira. A recomendação é ligar para o número do remetente para conversas e checar se os recados no chat são verdadeiros. Na hipótese do número estar clonado, o criminoso seria obrigado a atender a chamada de voz e, assim, poderia ser descoberto.